É mais uma segunda-feira. E toda segunda, pra mim, sempre foi uma nova chance de recomeçar. Ilusão fabricada? Embora a oportunidade, dormi até mais tarde, não fui à faculdade. Aos poucos seres que gerei uma expectativa, a frustração crescente. Não sou um pilar sólido da sociedade.
Depois de dormir até mais tarde, vi televisão: programas do Tio Sam, velocidade. Lá talvez seja melhor, na justa distribuição do consumo.
Esta manhã de segunda está começando a me convencer que não vamos mudar o mundo. Apesar de mais um final de semana inspirado no Woodstock, de terrível ressaca no domingo, mesmo assim não vamos mudar o mundo. Apesar da intenção de fazer uma banda de Rock N’ Roll, não vamos mudar o mundo. Apesar das palavras certeiras contra a burocracia dos sentimentos, não vamos mudar o mundo. Apesar dos poemas para as amadas, não vamos mudar o mundo. Apesar desse medíocre relato, não vamos mudar o mundo.
Tenho que repetir mil vezes: “não vamos mudar o mundo”. Está passando do tempo de começar a viver. Com vinte e dois anos de vida não podemos nos dar ao luxo de sermos ainda adolescentes.
Volmir M. G.