De repente,
o menino pobre salta na TV.
Faz um gol,
dois, três,
drilha um país inteiro.
Esse menino toma a cachaça do bar
e dá outro drible ofuscante,
anima os olhos,
que lacrimejam de alegria.
Faz a cabeça do mundo,
e é Maracanã, que nunca vi,
que aplaude.
Eu, que sou tão século XXI,
escrevendo em linhas digitais...
Mesmo assim
me comovi com Garrincha,
fazedor de sonho e de magia.
E se eu aqui, perdido,
me comovi,
o que dirão, então, os que estavam lá?
Os que não sabiam se choravam
ou se riam
diante do milagre das pernas tortas,
do vôo sobre a brutalidade,
fazendo arte do que
pros atrasados de hoje é força bruta.
Garrincha,
estrela solitária,
afundado numa garrafa vazia,
encheu nossos olhos,
construiu barricadas contra a tristeza.
Gênio,
desses que existe a cada século,
talvez milênio...
Gênio, desses que se matam,
que partem cedo,
não disseram por que já foram,
mas deixaram bem claro
por que vieram.
Volmir M. G.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
domingo, 5 de outubro de 2008
E eu pensando que Marx estava certo...
Apoiando a campanha do Rodrigo, por um futebol sem ideologia no blog, aqui vai uma primeira contribuição!
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