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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Coisas que iluminam I: Uma Vela

Poucos objetos que conheço são mais bonitos que uma vela. Já reparaste? Suas formas, cores. Sabores! É como se uma vela fosse mais que um objeto, mas um desejo, uma sensação materializada em átomos – se é que as sensações já não são isso.

Uma vela no escuro, acesa. É o centro do universo, é o universo todo ali, na chama, que, se a vela não produz, mantém, pelo menos. E pela vela escorre a cera, devagar, como se fosse uma mulher se despindo aos poucos para seduzir. Sabe que é observada, mas finge que não. Finge que não se importa, mas somos nós que não nos importamos com mais nada. Mais nada!

Uma vela.

Um ponto de luz sobre uma pequena estrutura de metal, sobre seus próprios restos, na mesa, num canto da sala. De lá, a energia que nos conserva acordados, que nos mantém despertos, vivos. Como uma vela, é como somos. Pavios cobertos de cera, que nos derretemos com o fogo. A luz é a nossa razão de ser, mas nos consome. Até o fim, até a luz, enfim, apagar-se.

Uma vela.

Um comentário:

Ju Bueno disse...

Caro Diego!!
Admiro que consiga divagar tão belamente sobre um objeto inanimado, o q para reles mortais é só uma vela, p vc é tanto...a chama sim é simbólica, mas a vela???rsrsrs

PS: tenho uma sugestão para um próximo texto; q tal comentar sobre aquela pérola que o volmir falou o dia q fomos na bienal...aquela dos gêmeos:" eles n são gêmeos, nasceu um depois o outro..."era mais ou menos isso, n lembro bem..
bjo