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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Madonna, by Danuza Leão

Companheiros e prezados leitores;

Diante do emocionante texto postado pelo Volmir logo abaixo, me dei ao luxo de, interrompendo meus estudos broxantes acerca do crescimento econômico endógeno, procurar sobre a minha nova musa, Danuza Leão, e seus escritos que louvam nossas filosofias.

E eis que encontro, dela, sobre a maior de todas: Madonna, ainda no início dos anos 1990. Disse ela:

"Todo mundo fala mal da Madonna. Dizem que ela é cafajeste, vulgar, mercenária, despudorada, ambiciosa, exibicionista. Mas ao mesmo tempo é idolatrada no mundo inteiro, nem adianta discutir: Madonna é a figura feminina mais importante dos últimos tempos.

Ela era gordinha, baixinha e sem graça: com a voz fraca e dançando apenas razoavelmente, resolveu virar a vida pelo avesso, fazer sucesso e ganhar dinheiro. A voz ficou possante, os músculos cresceram, a dançarina explodiu. Tudo à custa de uma vontade de ferro, muito trabalho e umaousadia sem limites. Madonna sempre foi insolente; quis ser livre, e conseguiu.

Se foi tudo planejado, se houve apenas a tal da jogada de marketing, se ela foi apenas atrevida, fazendo o que lhe passava pela cabeça, quem vai saber? Ignorando qualquer regra convencional tipo “cuidado, vai ficar careca”, pintava os cabelos a cada semana. E, imitando os travestis, que ela tanto adora, devolveu às mulheres a liberdade sem limites de seduzir, se exibindo em lingeries que até então só eram usadas nos boudoirs por prostitutas. Também se recusou a ser uma única mulher a vida inteira. Escolhe quem quer ser a cada dia e vai em frente. Ponto para ela.

Madonna brinca com coisas que, ficou combinado, devem ser levadas a sério, sempre muito a sério – pelas mulheres, claro; sexo, por exemplo. E se diverte, ah, como se diverte. Madonna não se droga; é obsessiva, viciada em trabalho e uma empresária de primeira. Uma mulher verdadeiramente moderna, ela conseguiu a coisa mais importante no mundo de hoje: ser competente e ganhar dinheiro. Afinal, qual foi a revolução de Madonna? Com muito bom humor – pior, às gargalhadas -, ela teve a coragem de fazer tudo que sempre foi permitido aos homens e proibido às mulheres. Exemplo: quando os jornais disseram que ela saía para escolher seus homens na rua, pelo critério da beleza física, e pagava pela companhia, foi um escândalo, mas ela nem perdeu tempo em desmentir; não que as mulheres nunca tenham feito isso. Sempre fizeram, mas só através do casamento.

Madonna nunca bancou a vitima, nem perdeu tempo reclamando da divisão das tarefas do lar. Em lugar de tentar trazer os homens para a cozinha, desceu e foi brigar na arena que antes era só deles: a rua, onde sempre reinaram sozinhos. Na luta pela igualdade dos sexos, ninguém fez mais do que ela, e, para piorar as coisas, ganhou dinheiro, muito dinheiro; fica difícil perdoar Madonna.

Terá ela, um dia, se apaixonado? Largaria tudo por amor a um homem? E esse homem, ele existe? Madonna é uma mulher absolutamente só, como são sós as mulheres que rompem a barreira de sua própria condição para existirem plenamente. Ela sempre soube que todas as pessoas do mundo nascem e morrem sozinhas, e nunca teve ilusões. As mais jovens intuem, as mais velhas morrem de inveja, os homens não levam a serio. Se tivessem liberdade para ao menos pensar, iam admitir, até mesmo eles: quem não gostaria de ser Madonna, ao menos por um dia: Madonna: a mulher mais livre que existe."

Seguidamente, nesse blog, falamos mal das mulheres. Proponho aos companheiros, então, que passemos a escrever acerca nossas musas, a descrevê-las,, a citarmos as mulheres por quem nos apaixonaríamos inconsequentemente, para que o mundo possa, de fato, conhecer e reconhecer as mulheres de verdade!

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