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domingo, 23 de agosto de 2009

ECOS



Eu me olho no espelho,
mas a imagem que eu vejo não é a minha.
Algum retalho de mim.
Alguma força oculta
que me dominou no fim da viagem
até fazer reviravoltas na consciência.

Fiquei em pânico.
Minhas sinapses não respondiam
ao poder dos acontecimentos.
Minha força era insuficiente.

Observei os cômodos da casa.
Uma falsidade aprazível aos olhos,
mas indesejada pela alma.
Não entendi a ruga que se manifestou no espelho.
Era eu quem envelhecia
ou o que eu acreditava até este sublime momento?

Estava irreconhecível.
Póros fechados para a lucidez.
Estive em metamorfose
enquanto me olhava com as luvas de metal.
Perfeita representação de mim,
do eu sobrenatural
que começava a se debater dentro da casca.

Levantei-me,
fui conferir o ruído da porta.
Nenhum eu estava mais lá.
Silêncio!

Caminhei até o labirinto novamente.
Sentei-me, pensativo,
o que era o ruído:
agora se transportava da porta
para perturbar minha calma
e a alforria luxuosa de um bom vinho.

Transportava o garfo à boca,
com indiferença.
Até que se quebrou o cristal.
Tudo que eu imaginava como certeza
se precipitou para uma câmara doentia
de desespero.

O conhecimento apenas nos vem na enfermidade!

Apontei o dedo com exatidão.
Voltei para o mesmo lugar de onde tinha vindo.
A bloco imovível diante de mim
expandia minha mente
e quebrava toda a corrente de certezas
de um humano insuficiente.

Renasci de repente,
na força de um astro celeste
que me mostrou a direção.
Fiz-me de luz,
brilhei mais do que o sol.
Criei traços de eternidade
a rasgar a noite escura,
essa noite permanente no universo
e no coração.

Iluminei então as trevas
num único ato de pureza e desprendimento.


(Discípulo Corujão)

Um comentário:

Larissa América disse...

ah!!!
Mas eu não creio que vocês homens acreditem naquela teoria de que toda mulher gosta de homens barriga tanquinho...
Venhamos e convenhamos que todos nós precisamos de ícones para servir de exemplo e nós mulheres quando citamos algo semelhante a barriga de tanquinho que supostamente queriamos que todos os homens tivessem , estamos nos referindo a um homem saudável.
Tudo em excesso é ruim, nenhuma mulher conseguiria conviver com um barriga de tanquinho sem ser pelo menos uma mulher barriga de tanquinho, afinal homens assim costumam ser dotados de um ego incrivelmente superior a realidade e somente sendo uma mulher incrivelmente perfeita para não ter sua auto estima afetada por tais comentários que homens assim fazem...

O que nós queremos é um homem comum, pórem charmoso, confiante e saudável...nada de barrigão, mas nada de tanquinho...