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domingo, 13 de setembro de 2009

Algum Lugar

Nem eu mesmo sei onde estou.
Caí na calçada.
Procurava não sei o que,
mas procurava...

Estou aqui ouvindo um blues novamente.
Esta parada sempre me foi aprazível,
especialmente nas noites de isolamento
em que não me distinguia do trem.
Éramos dois cargueiros solitários
a perambular pelo planeta
em busca de um único recanto de conhecimento.
Sempre o destino era silêncio
ou barulhos sem sincronia.

Pouco,
muito pouco,
se aproveitou daqueles breves momentos.
Momentos que perdi
rapidamente
ao amanhecer.
Estive só
quando todos cantavam a canção saudável.

Como um tolo segui...
Fui indiferente a apelos.
Ninguém deveria respondê-los:
descasos da solidão.

Não procuro o fim.
Permaneço no mergulho sorrateiro.
O que eu deixei de ser não importa,
nem mesmo as mulheres que deixei de beijar.
O amor é uno e indivisível!

Importa somente o que está atrás da porta.
Pediu-me para entrar,

e já não sei a diferença
de expectativa
e angústia.


(Discípulo Corujão)

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