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domingo, 19 de julho de 2009

A HISTÓRIA DO ROCK N' ROLL - PARTE 2

[Parte 1: clique aqui]

Na segunda metade da década de 1950 os negros ainda faziam do rhythm and blues, irmão mais velho do Rock N' Roll, a música popular dos jovens negros nas ruas de Nova York e outros grandes centros. Nenhum grupo musical de notório apelo comercial surgiu desse efervecente caldo cultural, porém as ruas foram tomadas por jovens idealistas o bastante para produzirem um som de grande autenticidade em busca do sucesso. Este "som das ruas" era então conhecido como "Doo-wop". Desapareceram na mesma medida em que o Rock foi "embranquecendo" neste período. Mesmo assim, teve um impacto importante na música produzida na década de 60.

Aqui vai um som de "Frankie Lymon & The Teenagers", exemplo desse contexto (a música começa por volta de 2' 20''):



O começo da década de 60, após a explosão do Rock clássico, era caracterizado por uma espécie de desilusão geral para os seguidores fiéis do estilo. O excesso de comercialização e a perda do espírito original da periferia fez com que o Rock fosse encarado apenas como um ritmo pop interessante para as vendas das grandes gravadoras. Alan Betrock escreve a respeito: "Muitos seguidores da história do rock and roll acreditam que o verdadeiro espírito da música morreu no fim dos anos 50, e que os primeiros anos da década de 60 estavam repletos de uma massa mecanizada e sem cor, anunciada pela chegada dos "ídolos da juventude". Para os historiadores, este é um período de transição, uma espécie de calmaria antes da tempestade, como afirma Paul Friedlander.


Enquanto o Rock clássico dava seus últimos suspiros nos Estados Unidos, a Inglaterra preparava o terreno para um grupo de jovens ingleses, que dominariam o planeta: os Beatles. Foi a primeira mega-banda de Rock N' Roll, os ícones de uma nova geração, que tomariam não apenas as rádios inglesas, mas também as rádios norte-americanas e de vários países. O Rock ampliava suas fronteiras de forma inigualável até então, fazendo desse grupo o símbolo de toda uma nova era musical. Resgatando a temática juvenil do Rock clássico e liderados por John Lenon (jovem rebelde que via em Elvis Presley um herói), fizeram de sua música um grito que ecoava por todos os cantos. Estava reaberto o caminho. Podemos dizer que as grandes transformações da década de 60 no mundo, especialmente a respeito da libertação juvenil, teve uma boa influência dos Beatles. Apesar da aparente inocência da primeira fase do grupo, que vai de 1963 até 1965, suas letras convidativas a "curtir" o que a vida oferece de melhor não era o que uma sociedade conservadora e estável desejava. Exemplo desse primeiro período Beatlemaníaco encontramos na música "I Saw Standing There I":


A segunda fase dos Beatles podemos caracterizar pela fase mais politizada e psicodélica, que vai de 1966 até o último lançamento da banda em 1970. O contato com as drogas e os crescentes distúrbios sociais da década provocaram o amadurecimento da banda. A relação com outras personalidades ascendentes no mundo do Rock também influenciaram essa mudança, como foi o caso da amizade do grupo com Bob Dylan. Segundo reza a lenda, foi Dylan quem "apresentou" aos Beatles os poderes da maconha e das drogas alucinógenas. A busca por uma transcendência espiritual também é marca da banda nesse período, especialmente após incursão pela Índia e a recepção dessa cultura oriental.

Difícil escolher uma música como referência dessa segunda fase. Escolhi "Don't Let Me Down" de forma aleatória, mero exemplo desse Beatles "crescido":


(Continuo no próximo Domingo)

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